Sabemos que o painel fotovoltaico tem sido cada vez mais utilizado, dado o crescimento da quantidade de usinas solares instaladas. Mas, e depois? Como será o descarte desse material?
Para se ter uma ideia, até abril de 2023 instalou-se oito usinas solares fotovoltaicas (324,0 MW) para agregar a matriz energética brasileira, fora as demais usinas construídas pelo país a fora.
Então, a questão do descarte do painel fotovoltaico torna-se relevante e, segundo a IRENA (Agência Internacional para as Energias Renováveis), aproximadamente 550 mil toneladas de painéis solares devem ser descartadas no Brasil até 2050.
Nesse artigo, vamos falar sobre a composição, o funcionamento e o destino destes painéis!
Qual a função do painel fotovoltaico?
A função do painel fotovoltaico é converter energia solar em eletricidade, sendo uma fonte de energia limpa e renovável.
Basicamente, o processo ocorre da seguinte maneira:
- A placa solar é constituída de células fotovoltaicas e quando os fótons da luz solar atingem essas células, eles energizam os elétrons, gerando uma movimentação entre os átomos;
- Essa agitação cria a chamada corrente contínua, que é levada até um inversor para convertê-la em corrente alternada — a energia que utilizamos;
- Com isso, é possível utilizar a energia solar diretamente em atividades de nossas casas, empresas e/ou indústrias.
Qual sua composição?
O painel fotovoltaico é composto de materiais semicondutores, sendo o silício o principal. Em geral, os módulos tradicionais possuem de 36 a 72 células de silício em sua constituição.
Embora esse seja o material principal, ainda existem outros envolvidos na sua fabricação, por exemplo:
- Vidro temperado: tem algumas características especiais, como baixo teor de ferro e alta resistência. É fundamental que ele seja capaz de refletir pouca radiação, permitindo sua passagem e garantindo, assim, maior eficiência energética.
- Filme Encapsulante: serve para proteger as células fotovoltaicas contra danos mecânicos, altas temperaturas, umidade e outros agentes externos. Em geral, o principal material utilizado é o EVA (acetato de vinila etileno).
- Backsheet (Filme Branco): responsável por proteger os componentes internos na parte traseira do painel fotovoltaico.
- Caixa de Junção: conecta fios de saída das células fotovoltaicas aos fios externos. Além de abrigar cabos e conectores especiais, a caixa também tem a função de protegê-los.
- Estrutura de suporte: permite a fixação em telhados, gramados e outras áreas. Geralmente, utiliza-se estruturas feitas de alumínio e outros materiais resistentes.
Qual a duração de um painel fotovoltaico?
Os fabricantes estipulam uma duração média de 20 a 25 anos, mas o sistema pode continuar operando após esse período com uma produção menor de energia. No entanto, essa estimativa varia conforme a qualidade do material, manutenções, questões climáticas, entre outros fatores.
Como será o descarte de um painel fotovoltaico? Existe legislação?
Embora ainda não exista um destino definido para o descarte dos painéis solares, o principal caminho é a reciclagem, visto que é possível aproveitar cerca de 90% dos materiais (como silício, alumínio, vidro e outros metais).
Outra solução é a repotenciação, que consiste na implementação de novos módulos fotovoltaicos ao sistema e aproveitamento dos demais componentes da placa.
Assim como todo equipamento eletrônico, caso o descarte seja incorreto, os painéis solares serão responsáveis por poluir o meio ambiente.
Então, devemos descartá-los seguindo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), que determina todas as diretrizes relacionadas com o gerenciamento de resíduos, o que inclui o descarte de equipamentos eletrônicos, como os painéis fotovoltaicos.
No geral, o indicado na lei é praticar a política reversa, ou seja, devolver os painéis aos fabricantes, que deverão fazer o descarte apropriado.
Normalmente, isso consiste em desmontá-los e fazer a separação de cada material, destinando-os para tratamentos adequados, inclusive a reciclagem.
Com o crescimento dessa fonte de energia, espera-se o surgimento de novas soluções e regulamentações em relação ao descarte nos próximos anos.
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