Relatórios de sustentabilidade surgem como uma importante ferramenta nesse contexto, oferecendo transparência e demonstrando o compromisso de uma empresa com práticas ambientalmente responsáveis.
Nos últimos anos, a sustentabilidade tem se tornado uma prioridade crescente tanto para empresas quanto para investidores.
Mas será que empresas e investidores estão realmente alinhados quando o assunto são esses relatórios?
1→ A Importância dos Relatórios de Sustentabilidade
Os relatórios de sustentabilidade são documentos que fornecem informações detalhadas sobre as práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) de uma empresa.
Eles servem para:
- Demonstrar Transparência: as empresas usam esses relatórios para mostrar suas iniciativas e impactos ambientais, o que pode fortalecer a confiança dos stakeholders.
- Atrair Investidores: investidores estão cada vez mais interessados em empresas que adotam práticas sustentáveis, e os relatórios de sustentabilidade ajudam a identificar essas oportunidades.
- Conformidade Regulatória: em muitos países, há exigências regulatórias que obrigam as empresas a divulgar informações sobre suas práticas de sustentabilidade.
Os relatórios de sustentabilidade vão além de meros documentos de relações públicas; eles são essenciais para mostrar o compromisso de uma empresa com a responsabilidade ambiental.
Além disso, servem como ferramentas estratégicas que ajudam as empresas a:
- Identificar e Gerenciar Riscos: por meio da análise de métricas ambientais, sociais e de governança, as empresas podem prever e mitigar riscos potenciais que poderiam afetar sua operação e reputação.
- Aumentar a Eficiência Operacional: implementar práticas sustentáveis muitas vezes resulta em processos mais eficientes e na redução de custos operacionais.
- Melhorar o Engajamento com Stakeholders: relatórios de sustentabilidade detalhados e transparentes podem fortalecer as relações com clientes, fornecedores e a comunidade em geral, demonstrando um compromisso real com práticas éticas e sustentáveis.
2 → O Alinhamento Entre Empresas e Investidores
Expectativas dos Investidores
Os investidores modernos não buscam apenas retornos financeiros.
Eles querem saber como as empresas gerenciam riscos ambientais e sociais, como contribuem para a sustentabilidade global e como essas práticas influenciam seus resultados financeiros.
Um estudo da Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) de 2020 revelou que os investimentos sustentáveis ultrapassaram os 35 trilhões de dólares globalmente, representando 36% dos ativos geridos profissionalmente.
Investidores estão cada vez mais conscientes de que as práticas sustentáveis podem ser um indicador de boa gestão e resiliência a longo prazo.
Portanto, eles exigem transparência nas práticas ESG das empresas. Eles procuram informações sobre:
- Impacto Ambiental: como a empresa está reduzindo suas emissões de carbono e uso de recursos naturais.
- Responsabilidade Social: como a empresa trata seus funcionários, clientes e a comunidade.
- Governança: a estrutura de governança da empresa, incluindo diversidade no conselho e práticas éticas de negócios.
Respostas das Empresas
Por outro lado, muitas empresas têm adotado práticas sustentáveis e implementado relatórios de sustentabilidade em resposta a essas expectativas.
Contudo, o alinhamento perfeito ainda enfrenta desafios.
Empresas muitas vezes enfrentam dificuldades na padronização dos dados e na apresentação de métricas que atendam às expectativas dos investidores.
Segundo um relatório da KPMG de 2020, 80% das empresas do índice Global Fortune 250 publicaram relatórios de sustentabilidade, mas a qualidade e a abrangência desses relatórios variam amplamente.
Empresas que lideram em práticas sustentáveis frequentemente apresentam relatórios detalhados e transparentes (incluindo métricas claras e verificáveis), metas de sustentabilidade com objetivos específicos de curto e longo prazo, e resultados quantificáveis, demonstrando como suas práticas sustentáveis influenciam positivamente seus resultados financeiros.
3 → Desafios na Criação e Interpretação dos Relatórios de Sustentabilidade
Padronização dos Relatórios
A falta de padronização nos relatórios de sustentabilidade é um dos maiores obstáculos. Diversos frameworks e padrões, como o GRI (Global Reporting Initiative) e o SASB (Sustainability Accounting Standards Board), oferecem diretrizes, mas a diversidade de setores e tamanhos das empresas torna a padronização complexa.
A adoção de múltiplos padrões pode levar a inconsistências e dificultar a comparação entre empresas.
Por exemplo, a GRI (Global Reporting Initiative) foca em aspectos amplos de sustentabilidade, enquanto a SASB (Sustainability Accounting Standards Board) concentra-se em divulgações financeiras relevantes para investidores.
Já a TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures) orienta sobre divulgações relacionadas a riscos climáticos.
Confiabilidade dos Dados
Outro desafio é a confiabilidade dos dados reportados.
Investidores buscam relatórios que não apenas sejam abrangentes, mas também precisos e verificáveis.
A verificação externa, embora custosa, é um passo essencial para garantir a credibilidade das informações.
Empresas devem garantir uma coleta de dados precisa, utilizando tecnologia para monitorar e reportar dados de sustentabilidade e uma verificação independente, com auditorias externas para validar a precisão dos relatórios.
Outra garantia indispensável é a transparência e abertura para divulgar metodologias e suposições usadas na coleta e análise de dados.
4 → Boas Práticas e Exemplos de Sucesso
Casos de Sucesso
Algumas empresas têm se destacado na elaboração de relatórios de sustentabilidade que atendem às expectativas dos investidores.
A Unilever, por exemplo, é frequentemente citada por suas práticas exemplares. Seu relatório de sustentabilidade é abrangente, integrando dados financeiros e não financeiros, e é verificado externamente para garantir precisão.
Empresas como a Microsoft também se destacam por suas práticas de sustentabilidade, incorporando a responsabilidade ambiental em seus modelos de negócios e relatórios.
Essas empresas mostram que é possível alinhar sustentabilidade e lucratividade, proporcionando valor tanto para investidores quanto para a sociedade.
Tecnologias e Inovações
A tecnologia também tem desempenhado um papel crucial na melhoria dos relatórios de sustentabilidade.
Ferramentas de big data e inteligência artificial estão sendo utilizadas para coletar e analisar dados de maneira mais eficaz, oferecendo insights mais precisos e acionáveis.
Inovações incluem:
- Plataformas de Relatórios Digitais: facilitando a coleta e análise de dados em tempo real.
- Blockchain: garantindo a transparência e imutabilidade dos dados reportados.
- IA e Machine Learning: identificando padrões e previsões para melhorar práticas de sustentabilidade.
5 → O futuro dos Relatórios de Sustentabilidade
O futuro dos relatórios de sustentabilidade aponta para uma maior integração com as estratégias corporativas e um foco crescente em métricas de impacto.
As tendências emergentes sugerem que esses relatórios se tornarão componentes ainda mais centrais das operações empresariais, refletindo um compromisso profundo com práticas sustentáveis.
A Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e a Sustainable Finance Disclosure Regulation (SFDR) são exemplos de iniciativas que estão moldando o futuro das divulgações de sustentabilidade.
Empresas estão começando a integrar relatórios de sustentabilidade diretamente em suas estratégias de negócios, movendo a sustentabilidade do perímetro das atividades corporativas para o centro das operações.
Isso significa que, em vez de tratar a sustentabilidade como um conjunto separado de iniciativas, as empresas estão cada vez mais reconhecendo que práticas sustentáveis são essenciais para a resiliência a longo prazo e a criação de valor.
A precisão e a transparência se tornarão pilares fundamentais desses relatórios, com a adoção de tecnologias avançadas como big data e inteligência artificial para a coleta e análise de dados.
Essas tecnologias permitem uma compreensão mais profunda dos impactos ambientais e sociais das operações empresariais, proporcionando insights que podem orientar decisões estratégicas.
A ênfase em métricas de impacto também está se intensificando.
Em vez de simplesmente relatar atividades sustentáveis, as empresas estão focando em demonstrar claramente os resultados dessas práticas.
Isso inclui mostrar como suas iniciativas contribuem para a redução de emissões de carbono, a preservação de recursos naturais e a promoção de práticas sociais responsáveis.
Essa abordagem baseada em resultados não só ajuda a construir confiança entre investidores e outras partes interessadas, mas também fornece uma base sólida para avaliar a eficácia das estratégias de sustentabilidade.
O papel das políticas públicas é outro fator crucial que está moldando o futuro dos relatórios de sustentabilidade.
Governos e organizações reguladoras em todo o mundo estão implementando políticas que incentivam ou até exigem a divulgação de informações sobre práticas sustentáveis.
Essas políticas além de padronizarem as práticas de relatórios, também nivelam o campo de jogo para todas as empresas, garantindo que todas sigam os mesmos padrões rigorosos.
A conformidade com esses novos padrões exigirá que as empresas adaptem seus relatórios de sustentabilidade para atender às novas exigências, o que pode incluir a adoção de novas metodologias de coleta de dados e a implementação de processos de verificação mais rigorosos.
Além disso, a regulamentação crescente está promovendo uma maior transparência e verificação, o que aumenta a confiança dos investidores nas informações reportadas.
A confiança é essencial para atrair investimentos sustentáveis, pois os investidores querem ter certeza de que os dados que estão usando para tomar decisões são precisos e confiáveis.
A verificação externa, embora possa representar um custo adicional, é uma prática que muitas empresas estão adotando para garantir a credibilidade de seus relatórios.
IFRS
O IFRS S1 e S2 são normas introduzidas pela International Financial Reporting Standards (IFRS) Foundation que visam aumentar a transparência e a consistência na divulgação de informações sobre sustentabilidade e mudanças climáticas.
A partir de 2026, essas normas serão obrigatórias para empresas de capital aberto.
O IFRS S1 exige que as empresas divulguem informações detalhadas sobre os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade que podem impactar sua posição financeira, desempenho e fluxos de caixa.
O IFRS S2 complementa o S1, focando especificamente nas divulgações relacionadas ao clima. Ele se baseia nas recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e exige que as empresas relatem:
- Governança: Estrutura de governança em torno dos riscos e oportunidades climáticos.
- Estratégia: Impactos reais e potenciais dos riscos e oportunidades climáticos nos negócios, estratégia e planejamento financeiro da empresa.
- Gestão de Riscos: Processos usados para identificar, avaliar e gerir riscos climáticos.
- Métricas e Metas: As métricas e metas usadas para avaliar e gerir riscos e oportunidades relacionados ao clima.
Em resumo, o futuro dos relatórios de sustentabilidade é promissor, com um movimento claro em direção a uma maior integração, precisão, transparência e foco em resultados.
As empresas que conseguem adaptar suas práticas e relatórios para atender a essas novas demandas estarão bem posicionadas para se beneficiar de um ambiente de negócios que valoriza cada vez mais a sustentabilidade.
Dentro desse contexto, a Carbono Zero, com sua expertise em neutralização de carbono e sustentabilidade, tem se destacado em auxiliar empresas a adotarem práticas realmente eficazes, que possam ser reportadas em relatórios de sustentabilidade robustos e confiáveis.
Com soluções personalizadas e uma equipe altamente qualificada, a Carbono Zero contribui significativamente para que empresas atendam às expectativas dos investidores e também liderem o caminho em práticas empresariais sustentáveis.
Entre em contato e veja como podemos te ajudar!