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Descarbonização: será a cana-de-açúcar mais eficaz que os painéis solares? Entenda!

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    Após emitirmos bilhões de gases de efeito estufa com as diversas atividades humanas, a descarbonização do planeta virou uma questão de sobrevivência para a sociedade!

    E não estamos falando apenas das próximas gerações. Hoje, já sofremos com os prejuízos do aquecimento global.

    Nesse sentido, surgem diversas novas soluções para tentar conter o avanço do problema e uma delas é o uso da cana-de-açúcar (sim, isso mesmo) para contribuir no processo de descarbonização. A seguir, entenda melhor!

    Importância da descarbonização

    O aquecimento global, causado pela intensificação do efeito estufa, é uma das grandes preocupações atuais do mundo.

    De acordo com diversas pesquisas, a temperatura global aumentou cerca de 0,5 ºC no último século e a previsão é que aumente mais de 2,5 ºC entre os anos de 2025 e 2050, caso não façamos nada a respeito.

    Os efeitos desse aumento são alarmantes: inundações, tempestades, extinção de espécies, secas, desertificação, entre outros. Tudo isso compromete a nossa sobrevivência e a das próximas gerações.

    Sabemos que grande parte desse problema é provocado pela elevada produção dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera — em especial, o CO2.

    Para você ter uma noção, segundo pesquisas do Global Carbon Project:

    • Mais da metade das emissões de CO2 ocorreram nos últimos 30 anos;
    • Em 1950, as emissões globais de CO2 eram de 4 bilhões de toneladas por ano e, apenas 39 anos mais tarde, chegaram a 22 bilhões de toneladas;
    • Em 2019, o mundo emitiu 36,4 bilhões de toneladas de CO2;
    • O Brasil está em quarto lugar no ranking de emissões acumuladas de CO2 desde 1850.

    Nesse contexto, a descarbonização é um processo que procura eliminar ou, ao menos, reduzir, a emissão de gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).

    Desde o Acordo de Paris (2015), o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em até 37% até 2025 e, para tal, muitos esforços são necessários.

    Quais medidas possíveis para a descarbonização?

    Existem diversas medidas para reduzir a emissão de gases poluentes e dependemos da combinação dessas ações para alcançar um resultado significativo.

    Por exemplo, investir em infraestrutura e tecnologias limpas nos diversos setores econômicos, promover a transição energética para fontes renováveis (como a solar ou a eólica), pensar em transporte coletivo e mais eficiente, economia circular, práticas agrícolas sustentáveis, entre outros.

    No entanto, considerando que cerca de 86% das emissões de dióxido de carbono são provenientes da queima de combustíveis fósseis (como petróleo e carvão mineral), essa é uma das partes que exigem mais prioridade.

    Por isso, os governos e organizações estão investindo em fontes de energia sustentáveis e renováveis. Hoje, com a tecnologia, existem diversas opções!

    Sobre a cana-de-açúcar e a redução do CO2

    Um dos grandes avanços científicos atuais foi a descoberta que a cana-de-açúcar pode ter um potencial de descarbonização 10 vezes maior do que a energia solar em países tropicais.

    Segundo o estudo publicado no MIT (Massashussets Institute of Technology), a cana-de-açúcar pode ser um dos grandes aliados na descarbonização devido a produção de biocombustíveis.

    Para se ter uma ideia, o processo de fermentação do etanol (a partir do bagaço da cana) é capaz de retirar uma quantidade significativa de CO2 da atmosfera, o que chamamos de Captura de Carbono Biogênico.

    Então, além de ser um combustível que gera menos poluição que os derivados de petróleo (como a gasolina) durante seu uso, ele ainda tem impacto positivo durante a produção.

    A cana-de-açúcar nos traz ainda mais possibilidades, como a produção de biogás e biometano (a partir da vinhaça). Essas substâncias podem substituir o gás natural proveniente do petróleo, ou até mesmo ser utilizados para a produção de fertilizantes e bioplásticos.

    Tudo isso, somado ao fato que o Brasil possui elevada produtividade média de cana-de-açúcar (cerca de 80 toneladas por hectare) graças aos avanços da biotecnologia, faz com que o cenário seja muito favorável.

    No que se refere à energia solar, evidentemente esta é uma tecnologia que traz muitos benefícios para a descarbonização e deve ser implementada.

    Mas o fato é que, quando fazemos cálculos e comparamos um hectare de cana-de-açúcar cultivada em clima tropical e o mesmo hectare de painéis solares, os processos atrelados à cana-de-açúcar tem potencial estimado de descarbonização 10 vezes maior, com custo de produção menor.

    Ressaltamos que muitos estudos e avanços ainda são necessários para evoluirmos no assunto da descarbonização.

    No entanto, discussões e buscas de alternativas são fundamentais para caminharmos rumo a uma sociedade de baixo carbono!

    E você? O que acha desse tipo de solução? Aproveite para acompanhar nossos outros conteúdos: