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O papel das pequenas e médias empresas na redução das emissões de GEE

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    Apesar de nem sempre serem o foco quando pensamos em descarbonização, as pequenas e médias empresas possuem um papel significativo nas emissões de GEE.

    Normalmente, esses negócios fazem parte da cadeia de fornecedores das grandes corporações, ou seja, estão incluídas no Escopo 3 de emissões, que costumam contribuir significativamente nos inventários.

    Em razão disso, a pressão realizada por clientes, investidores e a sociedade tem sido cada vez maior, incentivando essas organizações a pensarem em estratégias para reduzir as emissões.

    Nesse texto, falamos um pouco mais sobre o papel das pequenas e médias empresas na redução de GEE e dos desafios que devemos superar. Boa leitura!

    Contribuição das pequenas e médias empresas no aquecimento global

    Cada vez mais estudos são realizados para avaliar o papel das pequenas e médias empresas nas emissões de gases de efeito estufa e já há um consenso que elas são fundamentais para o controle mundial das mudanças climáticas.

    De acordo com um estudo publicado no OECD SME and Entrepreneurship Papers, quando falamos em emissões atreladas ao setor industrial, essas empresas são responsáveis por 60% a 70% das emissões.

    Ainda, o World Economic Forum, que traz uma discussão relevante sobre o tema, cita um estudo conduzido pela organização ambiental sem fins lucrativos CDP que revela que a pegada de carbono coletiva dos fornecedores das PMEs é, em média, cinco vezes maior do que a das grandes empresas.

    Hoje, podemos afirmar que é impossível alcançar as metas de redução de carbono que necessitamos sem a participação das pequenas e médias empresas.

    Contudo, essa discussão é ainda mais complexa. Isso porque, além da questão do aquecimento global não ser internalizada na gestão de muitas,  as PMEs são frequentemente limitadas por lacunas de competências e de recursos.

    As dificuldades da descarbonização nas pequenas e médias empresas

    A descarbonização corresponde ao processo de mitigação e compensação das emissões de GEE das atividades de uma empresa, diminuindo a pegada de carbono gerada pelo negócio e contribuindo para a redução das mudanças climáticas.

    Um estudo conduzido pelo Boston Consulting Group (BCG) e pelo HSBC revela que as cadeias de abastecimento globais necessitam de investimentos da ordem de 100 bilhões de dólares até 2050 para alcançar a neutralidade de carbono.

    A pesquisa destaca que, aproximadamente metade desse montante, deve ser proveniente de pequenas empresas, as quais precisam reavaliar o design de produtos, investir em tecnologias climáticas e aprimorar a coleta de dados.

    Contudo, apesar de grande parte dos gestores reconhecerem a necessidade de avançar em direção à neutralidade de carbono, é inegável que este é um desafio e tanto, seja devido à escassez de recursos financeiros, seja pela falta de tempo e conhecimento para resolver efetivamente o problema.

    Como essas dificuldades afetam a corrida contra o aquecimento global?

    Uma reflexão importante é que essa dinâmica tem um impacto direto nas grandes empresas.

    Com as regulamentações ESG (ambientais, sociais e de governança) em constante evolução em todo o mundo, as grandes corporações estão percebendo os desafios significativos relacionados às pequenas empresas.

    Bancos e grandes empresas, sob pressão para demonstrar progresso em suas metas de sustentabilidade e redução de emissões, reconhecem as dificuldades em mensurar seu impacto climático, cumprir requisitos de relatórios e alcançar suas metas.

    Isso ocorre, principalmente, porque muitos de seus fornecedores e clientes, que são pequenas empresas, não têm os recursos necessários para coletar e comunicar dados precisos sobre suas emissões, resíduos, consumo de energia e impacto ambiental.

    Os desafios em relação a gestão das emissões do Escopo 3 são evidentes e merecem cada vez mais atenção se realmente quisermos atingir os patamares necessários de redução das emissões de GEE.

    Quais os caminhos possíveis para as PMEs caminharem rumo à descarbonização?

    Se temos uma certeza, é que as PMEs precisam adotar medidas em prol das reduções de GEE e, para tal, alguns apoios são fundamentais:

    Financiamento para iniciativas verdes

    Muitos bancos e empresas globais estão cada vez mais conscientes de que as pequenas empresas não podem fazer tudo sozinhas. Essas organizações internacionais estão se intensificando para oferecer ajuda.

    Ademais, grandes empresas passam a olhar com mais atenção e investir nas cadeias de abastecimento para cumprir seus próprios objetivos de redução das emissões de GEE.

    Assim, é fundamental que as PMEs estejam atentas a programas de financiamento e busquem auxílio para a descarbonização.  

    Ferramentas digitais

    A digitalização está se tornando uma aliada para todas as empresas, inclusive as pequenas e médias, na medida em que oferece recursos eficazes para inventariar e monitorar  as emissões.

    Sabemos que traçar um cenário inicial, bem como medir e analisar as evoluções é fundamental para sustentar esforços de descarbonização. Nesse sentido, buscar ferramentas apropriadas pode ajudar nessa tarefa.

    Parcerias

    Uma recomendação explícita do Fórum Econômico Mundial é que as PMEs busquem parcerias para ampliar seus recursos e compartilhar custos, uma estratégia particularmente importante para aquelas que enfrentam dificuldades financeiras para a descarbonização.

    Ao formar coalizões, as empresas podem criar oportunidades para adaptar-se às mudanças com mais facilidade e promover a inovação colaborativa.

    Diversas são as dificuldades a serem superadas. Assim, cada vez mais precisamos olhar com atenção ao tema, fomentar discussões, elaborar estratégias e implementar, de fato, ações rumo à descarbonização das PMEs.  

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