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A importância da compostagem na redução das emissões de gases de efeito estufa

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    Você sabe qual a relação entre a compostagem e a redução da emissão de gases de efeito estufa?

    No Brasil, 58% dos resíduos gerados  são destinados para aterros sanitários e 39% ainda têm os lixões como destino final.

    Contudo, mesmo gerando menos impactos ambientais no solo e lençóis freáticos, os aterros ainda enfrentam um problema importante: as emissões fugitivas de metano.

    O metano é um dos principais gases de efeito estufa, emitido durante a decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos no aterro sanitário.

    Em razão disso, a adoção de medidas de redução das emissões desse e de outros gases torna-se crucial para retardar o avanço das mudanças climáticas. Entre essas estratégias, podemos citar a compostagem.

    Então, continue nesse conteúdo até o final para entender melhor essa relação!

    O que é a compostagem?

    A compostagem é um processo natural de decomposição de matéria orgânica através da ação de microrganismos, como fungos e bactérias.

    O resultado desse processo forma o composto, um material que pode ser usado como adubo orgânico.

    Esta é uma estratégia valiosa para ajudar a reduzir a quantidade de resíduos orgânicos que seriam enviados para aterros sanitários, diminuindo a emissão de metano na atmosfera, e ainda produzindo um material que pode ser usado para facilitar o cultivo natural e mais saudável.

    Este é um processo que demanda um passo a passo bem definido, que deve se iniciar com a separação adequada dos resíduos, conforme vemos a seguir:

    • Coleta de resíduos orgânicos, como restos de alimentos, cascas de frutas, folhas, aparas de grama e outros materiais ricos em carbono e nitrogênio. É importante equilibrar esses materiais para garantir uma proporção adequada de carbono para nitrogênio.
    • Em alguns casos, os materiais são triturados para acelerar o processo de decomposição, proporcionando uma maior superfície para a ação dos microrganismos
    • Os resíduos orgânicos são dispostos em camadas ou misturados em uma pilha ou caixa de compostagem. Essa estrutura permite a aeração adequada e o controle da umidade.
    • Os microorganismos começam a quebrar os materiais orgânicos em compostos mais simples. Bactérias termofílicas (que prosperam em temperaturas mais altas) são frequentemente responsáveis por elevar a temperatura da pilha durante esse estágio.
    • Durante o processo de compostagem, a pilha pode atingir temperaturas significativamente mais altas devido à atividade microbiana. Isso é benéfico porque muitos patógenos e sementes de ervas daninhas são destruídos em temperaturas mais elevadas.
    • Periodicamente, a pilha deve ser virada ou revolvida para garantir uma distribuição uniforme dos materiais e promover a aeração, o que é vital para o processo de compostagem.
    • Após algumas semanas a vários meses, dependendo das condições e do método utilizado, a compostagem atinge a maturação. O composto resultante é um material escuro, com uma textura semelhante à do solo, rico em nutrientes e pronto para ser usado como fertilizante.

    Devemos observar que, para obter uma compostagem eficaz, é necessário manter o equilíbrio adequado de ingredientes, fornecer aeração suficiente, monitorar a umidade e garantir que a pilha alcance temperaturas adequadas.

    Inclusive, a compostagem pode ser feita por qualquer pessoa, inclusive em casa, e seu composto usado em hortas caseiras.

    Como a compostagem pode auxiliar nas reduções de GEE?

    A compostagem é geralmente considerada uma prática ambientalmente amigável e de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE).

    É importante entender que, em algumas fases do processo, especialmente durante a fase de maturação do composto, podem ocorrer emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases.

    Contudo, essas emissões são geralmente consideradas insignificantes em comparação com as emissões resultantes do descarte de resíduos orgânicos em aterros sanitários.

    Isso porque, diferente da decomposição anaeróbia que ocorre nos aterros sanitários e libera elevadas quantidades de gases, a compostagem bem aerada, que é o método padrão para a compostagem doméstica e comercial, minimiza a produção dos GEE.

    Assim, este método desempenha um papel significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa ao proporcionar resultados como:

    Menos resíduos em aterros sanitários

    Os resíduos orgânicos que seriam encaminhados para os aterros sanitários são direcionados para a compostagem, reduzindo a quantidade desses materiais e as emissões de metano.

    Afinal, ao invés de passar pela decomposição anaeróbica — que causa a emissão de metano na atmosfera — esses resíduos são submetidos a um processo de decomposição menos emissor.  

    Menor necessidade de aterros sanitários

    Ao reduzir a quantidade de resíduos orgânicos enviados para aterros, a compostagem diminui a demanda por novos aterros sanitários.

    Como resultado, a liberação de GEE associados à gestão de resíduos sólidos também é reduzida.

    Fertilizante orgânico

    O composto resultante da compostagem é um fertilizante orgânico rico em nutrientes, cujo uso promove práticas agrícolas mais sustentáveis.

    Além disso, esses compostos deixam os solos mais saudáveis e com maior capacidade para armazenar carbono, contribuindo para a mitigação das emissões de GEE na atmosfera.

    Menos uso de fertilizantes químicos

    O uso excessivo de fertilizantes químicos pode levar à emissão de óxido nitroso, um potente GEE, além de não ser saudável para o corpo humano, especialmente a longo prazo.

    Nesse sentido, a compostagem oferece uma alternativa orgânica, visto que seu composto é mais natural e melhor para a saúde.

    Melhoria na qualidade do solo

    O uso dos compostos melhora a estrutura e a saúde do solo, aumentando sua capacidade de reter água e nutrientes. Além disso, solos saudáveis agem como sumidouros de carbono, auxiliando na captura e armazenamento de carbono atmosférico.

    Portanto, ao integrar a compostagem em práticas cotidianas, as instituições e indivíduos podem desempenhar um papel significativo na redução das emissões de GEE e na promoção de um ambiente mais sustentável.

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