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Highlights Emsea 2024

    O EMSEA – Encontro Nacional de Mudanças Climáticas para o Setor de Energia e Agronegócio aconteceu no dia 25 de julho, em São José dos Campos, SP e contou com especialistas de grandes nomes no setor de energia, agronegócio, meio ambiente, sustentabilidade, ESG e descarbonização.

    Este evento tem como objetivo conscientizar, mas também incentivar as empresas destes setores a se comprometerem com a definição de um plano de ações para combater as mudanças climáticas e a redução das emissões dos gases de efeito estufa.

    Abaixo, deixamos os grandes destaques deste encontro para você.



    Impacto das Mudanças Climáticas no Setor de Energia e Agronegócio

    A palestra abordou as profundas consequências das mudanças climáticas, com foco no aquecimento global e seus impactos distintos entre os hemisférios. Aumento das temperaturas globais, eventos climáticos extremos, e a ultrapassagem do limite de 1,5°C acordado no Acordo de Paris foram discutidos, evidenciando a urgência de ações adaptativas.

    Dados recentes indicam que a temperatura média global atingiu recordes históricos, refletindo a necessidade de medidas imediatas e a implementação de estratégias adaptativas em resposta a diferentes cenários climáticos futuros.

    Foi ressaltada a importância do compliance e da integração de políticas climáticas nas estratégias corporativas como fundamentais para a mitigação dos impactos.

    O painel sobre o impacto das mudanças climáticas no setor de energia discutiu a complexidade da transição energética no Brasil, que possui uma matriz energética predominantemente renovável, mas enfrenta desafios estruturais significativos.

    A necessidade de investimento em infraestrutura de transmissão foi destacada, com foco em melhorar a distribuição de energia entre regiões com alta capacidade de geração e áreas de maior demanda.

    O impacto dos eventos climáticos extremos nas linhas de transmissão e a importância de avançar na descarbonização e na incorporação de tecnologias

    emergentes, como o hidrogênio verde, foram pontos-chave da discussão. A melhoria contínua da infraestrutura e o planejamento estratégico são essenciais para garantir uma transição energética eficaz e sustentável.

    O painel o impacto das mudanças climáticas no agronegócio destacou os desafios e oportunidades para o setor. . A adaptação das práticas agrícolas foi identificada como crucial, com ênfase em tecnologias e métodos para aumentar a resiliência das culturas.

    Práticas como o manejo adequado de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta e agricultura regenerativa foram discutidas como estratégias para mitigar os impactos climáticos.

    A importância de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis e ofereçam suporte financeiro aos agricultores foi enfatizada. A integração de considerações climáticas nas estratégias corporativas das empresas agrícolas é essencial para garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor.

    Este evento destacou a interconexão entre mudanças climáticas e setores chave, enfatizando a necessidade de uma abordagem integrada e estratégias adaptativas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades emergentes. A adaptação e a inovação são cruciais para garantir a resiliência e a sustentabilidade tanto no setor de energia quanto no agronegócio.

    Políticas Públicas e Incentivos frente às Mudanças Climáticas

    A palestra abordou o panorama global e nacional das mudanças climáticas, destacando a meta internacional de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC e a meta nacional do Brasil de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2050.

    O impacto econômico significativo das mudanças climáticas foi evidenciado, com estimativas do Banco Mundial sugerindo que os custos de infraestrutura na América Latina podem chegar a 1% do PIB.

    No cenário internacional, foram discutidas regulamentações importantes, como o Acordo de Paris, o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) da União Europeia, e a Deforestation Regulation, que visa barrar produtos oriundos de áreas desmatadas.

    A nível nacional, foram destacados o Projeto de Lei do Mercado de Carbono (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões – S.B.C.E.), a Política Nacional do Clima e iniciativas voluntárias no mercado de crédito de carbono.

    A falta de uma legislação robusta e a exclusão do agronegócio das obrigações do S.B.C.E. foram apontadas como preocupações, com a implementação e regulamentação efetiva podendo levar até cinco anos, comprometendo o cumprimento das metas.

    O painel subsequente discutiu políticas e incentivos para a transição sustentável nos setores de agronegócio e energia:

    • No setor elétrico, a reguladora destacou a evolução da matriz elétrica brasileira, predominantemente renovável, e a necessidade de adaptação para enfrentar eventos climáticos extremos. Enfatizou o trilema da energia envolvendo segurança, sustentabilidade e equidade tarifária. Foram mencionados esforços em regulamentação de armazenamento de energia e inovação em hidrogênio como estratégias para descarbonização.
    • No agronegócio, foi ressaltada a importância do setor para a balança comercial brasileira e a necessidade de adaptar a matriz energética para garantir a sustentabilidade. A complexidade da inclusão do agronegócio no mercado de carbono e a necessidade de metodologias precisas foram discutidas. Foi destacada a importância de revisar a legislação ambiental e de adotar tecnologias como biogás e etanol, além de melhorar a infraestrutura logística.

    O evento destacou a relevância da inovação tecnológica e a colaboração entre setores para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, promovendo uma transição sustentável e eficiente no Brasil.

    A conclusão sublinhou a importância de manter e fortalecer as políticas públicas e as práticas de mercado para alcançar as metas ambientais estabelecidas.


    Oportunidades de Descarbonização e Investimentos em Sustentabilidade

    A palestra abordou a importância da transparência e da confiabilidade na geração de créditos de carbono e ativos ambientais. Foi ressaltada a necessidade de auditorias rigorosas para garantir a precisão das informações em balanços sociais e ambientais, citando o desafio enfrentado por uma empresa ao buscar listagem em uma bolsa de valores internacional devido a falhas na comprovação de suas práticas ambientais.

    A tecnologia blockchain foi destacada como uma ferramenta essencial para assegurar a integridade dos processos de certificação. Além disso, foi discutida a necessidade de uma regulamentação eficaz para o mercado de carbono no Brasil e as oportunidades para empresas que buscam combinar práticas sustentáveis com lucro.

    No painel, foi explorado os desafios e oportunidades relacionados à descarbonização e à sustentabilidade. Os principais tópicos discutidos incluíram:

    • Descarbonização e Compensação: foi enfatizada a necessidade de descarbonização como um passo preliminar antes da compensação das emissões, destacando mecanismos que valorizam soluções de descarbonização.
    • Exemplos Práticos: foram apresentados casos de iniciativas sustentáveis, como acordos entre setores para garantir práticas responsáveis e o uso de biofertilizantes e bioeletricidade em projetos agrícolas.
    • Sustentabilidade no Agronegócio: destacou-se que práticas agropecuárias conservacionistas e regenerativas são essenciais para melhorar a lucratividade e a sustentabilidade das operações, integrando produção de alimentos, energia e fibras de maneira responsável.
    • Planejamento Estratégico: foi ressaltada a importância de um planejamento estratégico integrado para promover a descarbonização e a sustentabilidade em larga escala, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia.

    Foi discutida, também, a relevância de uma auditoria rigorosa e da conformidade regulatória em práticas de sustentabilidade, além da importância de estratégias integradas que promovam a descarbonização, refletindo um compromisso com a saúde ambiental e o desenvolvimento econômico sustentável.


    Papel do Gás Natural e Biometano na Transição Energética

    A palestra destacou a importância do gás natural e do biometano como componentes-chave na transição energética. Embora o gás natural seja um combustível fóssil, sua menor intensidade de carbono em comparação com outros hidrocarbonetos o torna essencial para reduzir as emissões durante a transição.

    O Brasil, com uma matriz energética equilibrada e quase 50% de fontes renováveis em 2022, pode beneficiar-se significativamente ao substituir combustíveis mais intensivos em carbono por gás natural e biometano.

    Exemplos de projetos em andamento, como corredores sustentáveis para transporte pesado e iniciativas para levar gás a municípios distantes, foram apresentados. Além disso, o potencial do biometano no Brasil é notável, com estimativas de produção significativa, especialmente no estado de São Paulo, evidenciando a capacidade do país para avançar na utilização desse recurso.

    O painel “O Potencial da Biomassa e Biometano”, conduzido por uma especialista em biogás, focou na integração das indústrias de gás natural e biometano e seu papel na descarbonização. Os principais pontos discutidos incluíram:

    • Integração com o Agronegócio: a colaboração entre o gás natural e o biometano com o setor agrícola é vista como fundamental para promover a descarbonização em diversas regiões. O uso de biometano como substituto do diesel, especialmente em áreas rurais, é uma estratégia importante para aumentar a sustentabilidade e a independência energética.
    • Infraestrutura e Políticas Públicas: foi destacada a necessidade de desenvolver infraestrutura adequada e implementar políticas públicas que incentivem a adaptação de veículos e a construção de postos de abastecimento para biometano. Esses aspectos são críticos para superar os desafios da expansão do uso desse combustível.
    • Viabilidade Econômica: a discussão abordou a viabilidade econômica do biometano, enfatizando sua capacidade de reduzir custos operacionais e competir com o diesel e o gás natural. A eficiência econômica do biometano é um fator importante para sua adoção mais ampla.
    • Descarbonização de Setores Difíceis: o biometano é visto como uma solução promissora para a descarbonização de setores de difícil redução de emissões, como o agronegócio e o transporte, oferecendo uma alternativa sustentável e significativa.

    A discussão concluiu que, apesar do grande potencial do Brasil para a produção e uso de biometano, a superação dos desafios relacionados à infraestrutura e políticas públicas é crucial. Com os investimentos adequados e uma integração eficaz das indústrias, o biometano pode desempenhar um papel importante na transição energética do país, promovendo uma matriz energética mais sustentável.

    Mudanças Climáticas e Sustentabilidade

    A palestra abordou a seriedade das mudanças climáticas, destacando que julho de 2024 registrou temperaturas recordes globais. Foram discutidos os impactos de fenômenos climáticos extremos, com ênfase nos custos crescentes de adaptação, estimados em 215 trilhões de dólares para a transição energética global.

    O impacto das emissões de gases de efeito estufa foi analisado, incluindo críticas ao greenwashing e barreiras comerciais disfarçadas. Destacou-se a necessidade de reconhecer e valorizar a legislação ambiental robusta do Brasil e a importância da colaboração entre diferentes setores para promover soluções sustentáveis e justas.

    O painel sobre transição energética suas estratégias e inovações para o setor de energia trouxe os seguintes destaques:

    • Legislação e Inovação: a importância da legislação para inovação no setor elétrico foi discutida, com foco em projetos de hidrogênio verde como exemplo de liderança e inovação.
    • Financiamento e Estratégias: foi abordado o papel fundamental do banco de desenvolvimento na diversificação da matriz energética e no financiamento de tecnologias renováveis. Destacou-se um orçamento significativo destinado a enfrentar questões climáticas e a promoção de tecnologias diversificadas.
    • Desafios Tecnológicos: os desafios relacionados à vulnerabilidade das infraestruturas energéticas a eventos climáticos extremos foram

    analisados, com ênfase na necessidade de proteção e previsões meteorológicas precisas.

    • Preparação Acadêmica: a preparação acadêmica para a transição energética foi destacada, com foco na necessidade de um modelo sustentável para a distribuição de energia.
    • O painel subsequente sobre mudanças climáticas e sustentabilidade no setor do agronegócio enfocou nos seguintes pontos: Práticas Sustentáveis: Foram detalhadas as práticas sustentáveis na produção agrícola, como o uso integral de resíduos e a substituição de combustíveis fósseis por alternativas renováveis. Destacou-se o papel de certos produtos na descarbonização global.
    • Tecnologia no Campo: A importância da transferência de tecnologia para o campo foi discutida, com ênfase na colaboração com instituições de pesquisa para melhorar a produtividade e resiliência agrícola.
    • Tecnologias de Mitigação: Foi ressaltada a necessidade de tecnologias de mitigação, como biocombustíveis e bioinsumos, além de uma melhor inteligência territorial para enfrentar as mudanças climáticas.

    O destaque ficou na urgência das questões climáticas e a complexidade das soluções necessárias, enfatizando a colaboração entre setores e a inovação como pilares para um futuro sustentável e resiliente.

    “Toda vez que você faz uma ação de eficiência energética, você estará descarbonizando. Você está tirando o consumo de energia de um equipamento”.

    Então, não existe energia mais barata que energia economizada.